Foi durante o período que decorreu entre o século IX e o século XIII que a Rússia recebeu as maiores influências externas: dos vikings vindos do Norte, do cristianismo chegado de Bizâncio, a sul, e do Leste através dos tártaros mongóis, pelos quais foi derrotada.
Com a chegada dos vikings no século IX o território povoado por populações de origem eslava sofreu uma grande transformação devido ao aproveitamento dos rios como forma de comunicação, estabelecendo rotas ao longo do país. Os vikings avançavam no seu propósito invasor e passaram a controlar o Sul, tendo como principais núcleos as cidades de Novgorod, Smolensk e Kiev. Foi esta última que registou um maior desenvolvimento, chegando a ser a capital do novo Estado, destacando-se a sua grande ligação a Bizâncio através de laços comerciais que provocariam uma inevitável adoção do cristianismo.
Criaram-se assim condições para o desenvolvimento do comércio entre a Europa do Norte e o Báltico e entre o Sul da Europa e o Mar Negro. Os rios facilitaram o contacto da Rússia com os países árabes e com Bizâncio, uma vez que estes cursos de água atravessavam o país. As cidades foram surgindo ao longo destas vias e uma das mais importantes foi Novogárdia que congregava imensa população originária da Escandinávia - os guerreiros escandinavos são também designados de varegues (ou varegos) e rus (daí Rússia) e durante a sua campanha de invasão e fixação rapidamente atingiram o mar Negro e Constantinopla, suplantando a população eslava em termos económicos e dominando-a. A sua prosperidade comercial nascida de alianças e de submissões pela força provocou o aparecimento de cidades. É bem possível que os senhores russos tenham descendido deste povo de guerreiros. Kiev, cidade detentora de uma posição estratégica na rota comercial dos varegues em direção a Bizâncio, cai em poder dos riuríquidas, que também submetem Novgorod. No início do século X o príncipe Oleg da linhagem riurik conquistou Novgorod e estabeleceu-se em Kiev, promovendo alianças com Bizâncio, reafirmadas, posteriormente, pelo seu sucessor Igor em 944. Ocuparam as cidades vizinhas constituindo a primeira unidade russa. Kiev tornava-se assim no primeiro Estado russo unificado mas esteve continuamente envolto em lutas, nas quais os russos tentaram dominar o território de estepes - embora tenham sido derrotados em favor dos nómadas vindos do Ocidente. Religiosamente obedecia ao patriarcado de Constantinopla, o que atesta bem a importância que esta cidade teve no novo Estado russo. Note-se, aliás, que Bizâncio desempenhou um papel de primeiro plano na política dos príncipes russos pois, não tendo conseguido conquistar Constantinopla pela força, a política de alianças e de tratados surtiu o efeito económico desejado.
Na altura das invasões vikings eram os khazares que dominavam as estepes, mas o príncipe Sviatoslav, filho de Igor, reinando de 962 a 972, expandiu o domínio russo, derrotou os khazares, atacou a Bulgária, desejando submeter territórios pertencentes ao Império Bizantino no Baixo Danúbio. Vê-se obrigado a assinar um tratado de paz em 971. A contrapartida desta ação consistiu na abertura da estepe do Sul à ocupação pelos pechenegas, turco-mongóis, às mãos dos quais Sviatoslav viria a morrer em 972. Estes foram depois derrotados pelos guerreiros polovtsy, que acabaram por arrasar Kiev em 1093.
Em 978, Vladimir, filho de Sviatoslav, apoderou-se de Novgorod e de Kiev e estabeleceu uma aliança com o imperador Basílio II de Bizâncio tendo como consequência o ato formal de conversão do príncipe russo ao Cristianismo em 989 ao casar com Ana, irmã do imperador bizantino.
Apesar do grande poder alcançado por Kiev no século X, seria sob o governo de Iaroslav (1019 a 1054) que o Estado alcançaria o seu apogeu, patente nas realizações artísticas do período. Tornava-se metrópole de toda a Rússia e relacionava-se, através de tratados e alianças, com as maiores cidades europeias.
Depois de 1054, o Estado de Kiev foi desmembrado em principados independentes, divisão esta que alimentaria conflitos entre os vários principados. Os do Norte e do Centro, poupados às devastações dos polovtsy, foram os que mais se desenvolveram. O seu principal objetivo era tornarem-se independentes da soberania de Kiev. Novgorod e, posteriormente, Moscovo eram os principais centros desses principados situados na floresta.
Foi a invasão mongol na Rússia que alterou o curso dos acontecimentos, com as inevitáveis consequências económicas, políticas e sociais. Os mongóis derrotaram a força aliada de russos e guerreiros Polovtsy em 1223 numa primeira incursão. Mas seria só em 1237 que revelariam todo o seu poder no ataque às regiões do Médio e Alto Volga. Derrotaram os búlgaros e Novgorod foi poupada, graças ao perigo que o degelo constituía para o avanço das tropas. Em 1239 atacaram a Rússia do Sudoeste e Kiev foi saqueada em 1240. O apogeu da cidade de Kiev durante os séculos XI e XII ficou marcado, sobretudo, pela ação dos clérigos e dos artistas bizantinos que para ali levaram a sua cultura, patente na produção de livros e em testemunhos arquitetónicos.