A História Oculta do Brasil: Fenícios, Atlantes e Mistérios Ancestrais
A história oficial do Brasil ensina que a terra foi "descoberta" pelos portugueses em 1500, com a chegada de Pedro Álvares Cabral à costa do atual estado da Bahia. Contudo, desde o século XIX, estudiosos e exploradores têm proposto hipóteses alternativas, sugerindo que civilizações antigas teriam visitado o território brasileiro muito antes da era das grandes navegações europeias.
Fenícios, Egípcios e Navegadores Antigos no Brasil?
O historiador austríaco Ludovico Schwennhagen, radicado no Brasil no início do século XX, foi um dos primeiros a defender sistematicamente a tese de que o território brasileiro foi conhecido por civilizações mediterrâneas milhares de anos antes de Cabral. Em seu livro História Antiga do Brasil - De 1100 a.C. a 1500 d.C. (1928), Schwennhagen apresenta argumentos que atribuem aos fenícios e cartagineses a travessia do Oceano Atlântico em direção às Américas, chegando ao Brasil por volta de 1100 a.C.
Ele baseia suas conclusões em fontes clássicas, como as descrições do rei Hirão de Tiro, que segundo o Antigo Testamento (I Reis 9:26-28), teria enviado frotas conjuntas com o rei Salomão à misteriosa terra de Ophir, em busca de ouro, prata e pedras preciosas. Schwennhagen propõe que Ophir seria a região da Amazônia, rica em recursos naturais e ouro, como posteriormente confirmado pela mineração durante a colonização.
Evidências Arqueológicas Controversas
Essa hipótese não é isolada. O pesquisador brasileiro Bernardo de Azevedo da Silva Ramos, membro da Academia Brasileira de Letras e autor de Inscrições Lapidares e Tradições Históricas do Antigo Brasil (1930), catalogou mais de duas mil inscrições rupestres em sítios arqueológicos espalhados pelo Brasil, especialmente nos estados do Amazonas, Goiás, Piauí, Paraíba e Minas Gerais.
Segundo Silva Ramos, algumas dessas inscrições teriam características fenícias, egípcias, sumérias e etruscas, o que sugeriria uma possível presença ou influência desses povos. Uma das mais famosas é a inscrição na Pedra da Gávea, no Rio de Janeiro, que alguns estudiosos amadores interpretaram como sendo um epígrafe fenício datado do século IX a.C., mencionando um príncipe de Tiro. Embora a maior parte da academia rejeite essa interpretação, não há consenso final sobre a origem das marcas na pedra.
Outro exemplo é o Parque Nacional de Sete Cidades, no Piauí, onde formações rochosas e inscrições rupestres misteriosas levam alguns pesquisadores alternativos a considerar a possibilidade de vestígios de uma civilização pré-colombiana de alto desenvolvimento técnico e simbólico.
Cartagineses e Diodoro da Sicília
Outro elemento que reforça essas hipóteses vem de autores clássicos. Diodoro da Sicília, historiador grego do século I a.C., mencionou que frotas cartaginesas navegaram além das Colunas de Hércules (atual Estreito de Gibraltar) e encontraram uma terra vasta e fértil no meio do Atlântico, rica em ouro, prata e madeira. Essa narrativa coincide com o perfil da costa brasileira e da floresta amazônica, levantando a possibilidade de uma relação com as Américas.
Atlântida e o Brasil: Entre Mito, Geologia e Espiritualidade
A associação entre o Brasil e Atlântida, a lendária civilização descrita por Platão nos diálogos Timeu e Crítias, também aparece com frequência em correntes esotéricas e teorias alternativas. Segundo Platão, Atlântida era uma ilha poderosa e avançada, localizada “além das Colunas de Hércules” e teria afundado repentinamente após um cataclismo por volta de 9.000 anos antes de seu tempo (cerca de 11.500 anos atrás).
1. Brasil como Fragmento Atlante
Pesquisadores alternativos, como o geólogo francês Pierre Termier, sugeriram que o Atlântico teria abrigado terras submersas. Geologicamente, estruturas como a Elevação do Rio Grande, uma formação submarina próxima à costa brasileira, são usadas como suporte para essas teorias. Algumas linhas esotéricas defendem que partes do nordeste brasileiro e da Amazônia seriam resquícios elevados de Atlântida, ou teriam sido povoadas por seus sobreviventes.
2. Cidades Perdidas na Floresta Amazônica
Nos últimos anos, pesquisas arqueológicas modernas descobriram evidências de sociedades complexas na Amazônia pré-colombiana, como redes de estradas, estruturas circulares e cidades abandonadas cobertas pela vegetação. Estudos recentes publicados na revista Nature confirmaram a existência de cidades planejadas e altamente organizadas na Amazônia boliviana e brasileira. Essas descobertas alimentam a ideia de que civilizações antigas com conhecimento avançado viveram na região.
3. Akakor, Akahim e as Cidades Subterrâneas
O jornalista alemão Karl Brugger, no livro A Crônica de Akakor (1976), relata os testemunhos de um suposto descendente de uma civilização escondida no interior da floresta, com cidades subterrâneas como Akakor e Akahim, criadas por seres vindos das estrelas ou sobreviventes de um cataclisma global. Embora o conteúdo seja altamente questionável, permanece popular em círculos esotéricos e espiritualistas.
4. Cristais Atlantes e Pontos Energéticos
Locais como a Chapada dos Veadeiros, Chapada Diamantina e o Vale do Amanhecer são considerados por espiritualistas como pontos de alta energia, onde haveria vestígios da antiga tecnologia atlante baseada em cristais energéticos. Essas crenças sustentam que Atlântida dominava técnicas avançadas de energia e cura, que foram herdadas por povos indígenas e espiritualistas modernos.
5. Lendas Indígenas e o Mar
Diversos povos nativos do Brasil, como os tupiniquins e tupinambás, têm lendas sobre deuses que vieram do mar e civilizações antigas que desapareceram em grandes inundações. Algumas dessas narrativas são interpretadas por teóricos como memórias orais de contatos antigos com navegadores ou mesmo sobreviventes da Atlântida.
Conclusão: O Brasil como Guardião de Mistérios Ancestrais?
Embora essas hipóteses alternativas careçam, em muitos casos, de aceitação científica ampla, elas continuam a inspirar arqueólogos independentes, espiritualistas e pesquisadores que veem no território brasileiro não apenas um palco da história moderna, mas também um possível guardião de legados esquecidos da antiguidade.
O Brasil pode esconder sob sua terra e floresta segredos milenares que desafiam a narrativa tradicional. Sejam inscrições fenícias, ruínas misteriosas, civilizações amazônicas avançadas ou ecos de Atlântida, o país continua sendo um terreno fértil para quem busca mais do que a história oficial pode contar.


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