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sábado, 5 de julho de 2025

"Se não podemos ver o bem um do outro, então já perdemos a luta": A Cegueira da Alma na Era do Conflito


Vivemos tempos em que a exaltação do eu se sobrepôs ao reconhecimento do outro. Em nome da razão, da ideologia ou da defesa pessoal, sacrificamos aquilo que há de mais nobre no ser humano: a capacidade de ver o bem no próximo.

"Se não podemos ver o bem um do outro, então já perdemos a luta."
Essa frase, por sua simplicidade, pode passar despercebida. Mas nela repousa uma das mais profundas verdades filosóficas e existenciais do nosso tempo: a verdadeira vitória não é sobre o outro — é sobre a escuridão que tenta se instaurar dentro de nós.


A visão que vai além dos olhos

O ser humano não enxerga apenas com os olhos. Enxerga com o coração, com a alma e com a consciência. Ver o bem no outro não é um exercício de ingenuidade, mas de sabedoria. Significa ultrapassar as camadas superficiais do comportamento e alcançar a essência — muitas vezes ferida, confusa ou escondida — que existe em cada pessoa.

Nietzsche dizia que “aquele que combate monstros deve tomar cuidado para não se tornar um deles”. O filósofo já nos alertava: ao lutar contra o mal, é fácil perder a própria humanidade. E isso acontece, sobretudo, quando deixamos de ver valor em quem está diante de nós.


O triunfo da empatia sobre o ego

A sociedade contemporânea, marcada por polarizações e julgamentos instantâneos, nos empurra para trincheiras emocionais. Lá, alimentamos desconfiança, crítica, desprezo. Mas quando olhamos para o outro apenas como inimigo, traidor, ameaça — sem considerar suas motivações, dores e histórias — já não lutamos por justiça ou verdade: lutamos por vencer, ainda que ao custo da nossa própria alma.

Ver o bem no outro é resistir.
É dizer: "Eu não vou permitir que o ódio me cegue."
É escolher permanecer humano em um mundo que nos força à indiferença.


A luta silenciosa do espírito

A verdadeira luta de cada geração é sempre espiritual: é a batalha pela integridade, pela compaixão, pela preservação daquilo que nos conecta uns aos outros. Essa luta raramente é travada nas arenas públicas — ela acontece no silêncio da consciência, nos diálogos internos, nas escolhas diárias entre ressentimento e perdão, entre julgamento e compreensão.

Perder essa luta não significa ser derrotado por um inimigo exterior, mas permitir que o cinismo se instale no coração.


Conclusão: a escolha de enxergar a luz

Ver o bem no outro é um ato revolucionário. É declarar que, apesar das falhas, das quedas e das diferenças, a centelha do divino ainda arde em cada ser humano.

Se desistirmos de procurar essa luz nos olhos alheios, então perdemos o caminho de volta para nós mesmos.

Porque no final, o que destrói a humanidade não é a guerra em si — é a incapacidade de lembrar que do outro lado existe alguém como nós, lutando para ser visto, compreendido e, talvez, perdoado.


Por isso, que essa frase ecoe como um lembrete eterno:
"Se não podemos ver o bem um do outro, então já perdemos a luta."






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