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sábado, 9 de março de 2013

Último grito de socorro

Trancada no quarto escuro, lá estava ela. Vítima do tempo. Rosto pálido com profundas olheiras, aparência de dar dó. Deve ter envelhecido uns sete anos somente nesses dias de pura angústia. Tornou-se prisioneira de algo que ela mesma trouxe pra si, algo que costumava conforta-la. Passava seus dias sentada no canto do quarto, encolhida segurando os joelhos. Não comia e não cuidava de sua higiene pessoal. Triste imagem da pobre garota. O que fizeram pra coitada acabar daquele jeito? Após cinco dias a porta de seu refúgio foi arrombada, e o choque foi grande. O aposento cheirava mal, deplorável situação em que se encontrava o corpo já sem vida, da menina antes cheia de planos para o futuro feliz que tanto sonhava. Ao lado de seu corpo apenas um pedaço de papel. E nele suas últimas palavras foram escritas. O que levou a garota radiante a transformar-se em uma passageira no ônibus da morte? Aguardou com melancolia e quando avistou de longe sua carona, só teve tempo de pedir perdão aos pais em um pedaço de papel. Mas e o motivo de sua decadência? Não se sabe ao certo. Acho que nunca saberão. Afinal ninguém tentou entendê-la e ajudá-la quando deu seu último grito de socorro. 




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