Capítulo 10 – O Presente Final
O salão, antes repleto de risos e conversas, agora estava mergulhado em um silêncio pesado. A morte inesperada manchava o brilho da noite como uma sombra implacável. Entre os sussurros dos convidados, o casal se afastou discretamente, as taças de champanhe abandonadas na mesa mais próxima.
No centro do salão, sobre uma mesa ornamentada, repousava um presente. Uma caixa branca, envolvida por uma fita vermelha brilhante. Ninguém sabia de onde havia vindo. Nenhum garçom lembrava de tê-la colocado ali.
— Foi ele — sussurrou a mulher, os olhos fixos na caixa.
— O jogo está acabando — respondeu o homem, deslizando a mão até o bolso interno do paletó, onde um objeto metálico aguardava.
A mulher avançou primeiro, tocando a fita com dedos cuidadosos. Seu coração batia descompassado. Ao puxar o laço, a fita deslizou lentamente, caindo sobre a mesa. A tampa se ergueu sozinha, como se algo dentro da caixa quisesse sair.
O salão inteiro prendeu a respiração.
Lá dentro, envolto em papel negro, havia um bilhete escrito à mão com uma caligrafia impecável:
"Feliz último brinde. Vocês sempre souberam que terminaria assim."
A mulher sentiu um arrepio gelado percorrer sua espinha. Antes que pudesse reagir, um estalo ecoou pelo salão. O homem do centro da festa, aquele que os observava desde o início, ergueu sua taça e sorriu.
O jogo estava prestes a ter seu desfecho.
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