Capítulo 11 – Sombras no Caminho
A manhã seguinte chegou envolta em um silêncio inquietante. A cidade despertava lentamente, mas para aqueles envolvidos no jogo, a noite ainda não havia terminado.
O homem caminhava pelo parque, seus passos ecoando sobre o calçamento de pedra. As folhas douradas balançavam suavemente ao vento, mas ele não se permitia distrair pela beleza ao redor. À sua frente, um grupo de figuras se movia com precisão, sombras projetadas pela luz filtrada entre as árvores.
Ele sabia que estava sendo seguido.
A mulher havia desaparecido logo após a revelação do bilhete. Ninguém a viu sair do salão, ninguém soube dizer para onde foi. Mas ele sentia sua presença. Ela sempre soube se esconder nas sombras.
Ele continuou andando, o peso do que estava prestes a acontecer pressionando seu peito.
Ao virar a curva do parque, uma figura solitária esperava sob a luz suave do amanhecer. Vestida com um longo casaco escuro, os cabelos soltos dançando ao vento, ela segurava um envelope vermelho.
— Chegamos ao fim? — ele perguntou, parando diante dela.
A mulher ergueu o olhar, e um sorriso enigmático surgiu em seus lábios.
— Ainda não. Mas está muito perto.
Ela entregou o envelope e se afastou lentamente, deixando para trás apenas o aroma sutil de seu perfume.
Ele abriu o envelope com mãos firmes. Dentro, apenas uma única frase:
"A última jogada pertence a você."
Ele soube, naquele instante, que não havia mais volta.
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