Capítulo 1 – O Chamado do Abismo
A tempestade rugia sobre o mar, como se os céus quisessem devorar a própria Terra. Relâmpagos riscavam o horizonte, iluminando o rosto determinado de Isabella, seus cabelos vermelhos como fogo contrastando com a escuridão do oceano. Em sua mão direita, uma lâmina reluzia com fúria; na esquerda, nada além da coragem.
À frente dela, um leviatã emergia das profundezas – dentes afiados, olhos que refletiam um ódio milenar. O monstro atacava o navio mercante onde Isabella e sua tripulação transportavam um tesouro que ninguém deveria possuir. O rugido da criatura fez os mastros estremecerem, partindo a madeira como gravetos.
Sem hesitar, Isabella saltou. Seu corpo cortou o ar como uma flecha, mirando a única chance de sobrevivência: a fenda entre as escamas da besta. O vento gelado bateu em seu rosto, mas seus olhos não piscavam. O destino dela não era comum – ela sabia. Nasceu para lutar contra monstros, mas não imaginava que o verdadeiro perigo não estava no mar… e sim nos corações humanos.
Antes que a lâmina pudesse atingir a criatura, Isabella ouviu um grito:
— Traição! Eles estão com ele!
O choque percorreu sua espinha. Quem ousaria trair a tripulação? Quem dele estavam falando? Mas não havia tempo para respostas. O leviatã ergueu-se como uma montanha viva, e Isabella afundou sua espada em carne e escamas. O rugido que se seguiu foi o anúncio do caos.
Quatro Semanas Antes…
O sol brilhava sobre a orla de San Clemente, uma cidadezinha pacata na costa mediterrânea. Isabella caminhava distraída pela calçada, os cabelos soltos dançando ao vento, sem imaginar que sua vida mudaria para sempre. Desde a morte misteriosa de seu pai – um renomado explorador marítimo –, ela vivia entre memórias e perguntas sem respostas.
Aquela manhã parecia comum, até que encontrou um envelope selado com cera vermelha sobre sua porta. Nele, um símbolo: uma serpente devorando a própria cauda. O coração de Isabella acelerou.
Dentro, um bilhete curto:
"Isabella Marquez, se deseja saber a verdade sobre a morte de seu pai, encontre-me no porto ao pôr do sol. Venha sozinha. – A."
Quem era A? Um amigo? Um inimigo? Ou algo pior?
Ela sabia que deveria rasgar aquele bilhete, esquecer. Mas a sede de respostas falou mais alto. À medida que o dia avançava, Isabella sentia uma estranha força chamando-a. Um vento que parecia sussurrar seu nome.
Quando o sol se despediu no horizonte, tingindo o céu de carmesim, Isabella caminhou até o porto. Lá, entre navios e sombras, um homem a esperava. Alto, envolto num casaco negro, com um olhar que parecia carregar segredos do fundo do oceano.
— Você é a filha dele… — murmurou, com um leve sorriso. — E agora, vai ter que pagar o preço por ser quem é.
O som metálico ecoou quando algo brilhou em sua mão.
E então, tudo mudou.
Próximo capítulo: O Preço do Sangue
Isabella será arrastada para um mundo que ela jamais imaginou, onde piratas modernos, sociedades secretas e criaturas das profundezas disputam poder. Mas quem é o homem misterioso? Qual o verdadeiro segredo por trás da morte de seu pai? E o que significa a serpente devorando a própria cauda?
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