Os dados são confirmados pelo IBGE: a população brasileira tem hoje 205 milhões de habitantes - e o nosso rebanho já bateu os 212 milhões de animais. E aí vem a pergunta: de onde vieram as raças de bovinos criados em nosso país? Basicamente de duas regiões:
Da Europa, de onde foram trazidos durante a colonização os bois da espécie bos taurus taurus, como o Angus e o Hereford. São animais mais peludos e mais adaptados ao frio (saiba mais abaixo). Depois, nos séculos 19 e 20, começaram a chegar os animais da Índia que pertencem às raças zebuínas, como o nelore. São da espécie bos taurus indicus, mais rústicas e resistentes ao calor e que hoje formam 80% do rebanho brasileiro.
Saiba mais sobre as principais raças de gado de corte abaixo:
1 - Nelore. Na Índia, de onde veio, é usado apenas para a produção leiteira. No Brasil, no entanto, ao longo de várias gerações, foi feito um belo trabalho de melhoramento genético e hoje é um excelente produtor de carne. O macho tem cupim atrás do pescoço e a barbela, uma papada que vai até o peito. Com couro de cor clara, essa raça absorve menos a luz do sol, o que a ajudou a se adaptar em regiões de altas temperaturas. Em relação aos bois europeus, o nelore oferece uma carne mais magra, com menos filetes de gordura entre as fibras. Mas consegue desenvolver uma boa capa de gordura sobre a carcaça. Essa gordura ajuda a proteger a carne das baixas temperaturas nas câmaras frigoríficas. É um produto que tem boa aceitação no mercado e, pelo seu bom rendimento industrial e baixo custo, ajudou o Brasil a se tornar um dos maiores exportadores de carne do mundo. (crédito da foto: site da Embrapa).
2 – Hereford. A raça veio de Herefordshire, oeste da Inglaterra. O Hereford se originou de cruzamentos de outras raças nativas da Inglaterra, mas foi a holandesa Groningen que lhe deu a pelagem branca na cabeça e na barriga. O Hereford é mocho, quer dizer, não possui chifres. Tem esqueleto forte, boa massa muscular e também apresenta o marmoreio, aqueles veios de gordura entre as fibras que dão o sabor amanteigado à carne. O primeiro chegou ao Brasil em 1906, adquirido por Laurindo Leal, um pecuarista de Bagé, no Rio Grande do Sul. Hoje, calcula-se que 65% do rebanho está concentrado no Sul. No Centro-Oeste brasileiro, ele vem sendo criado nos cruzamentos com os animais das linhagens zebuínas.
3 – Aberdeen angus. Os condados de Alberdeen e de Angus, no nordeste da Escócia, foram a primeira região de criações das raças que acabaram levando o nome de sua origem, nas primeiras décadas de 1800. Dois séculos depois, esses animais se tornariam famosos no mundo inteiro pela maciez e pela grande quantidade de gordura entremeada entre as fibras de sua carne. No Brasil, o primeiro animal a chegar foi o touro Menelik que veio do Uruguai em 1906, por um criador de Bagé, no Rio Grande do Sul. A produção em maior escala começou nos últimos 10 anos, com o programa de certificação da carne angus. Como são originários de uma região de baixas temperaturas, sua adaptação ao clima e pasto nacionais é relativa e aumenta à medida que são cruzados com o nelore. Há duas variações dos bois da alberdeen angus, o black angus, de pelo preto, e o red angus, avermelhado. Hoje, é uma das raças com maior taxa de crescimento no país.
4 – Charolês. A Borgonha deu ao mundo não apenas vinhos de excelência. Também veio de lá o gado charolês, uma das raças mais apreciadas no mundo. Começou a ser aprimorada no século 18 na comunidade de Charolles, que fica na Borgonha, região central da França. Suas características principais: é um animal de grande porte, pelagem branca ou creme, boa estrutura óssea e excelente rendimento de carcaça. A carne tem bom marmoreio (gordura entre as fibras) o que lhe confere um sabor excelente. Os primeiros touros chegaram ao Brasil antes do angus e do hereford. A criação de fato começou em 1904, quando criadores gaúchos importaram dez animais do Uruguai, onde o charolês era criado há mais tempo.
Da Europa, de onde foram trazidos durante a colonização os bois da espécie bos taurus taurus, como o Angus e o Hereford. São animais mais peludos e mais adaptados ao frio (saiba mais abaixo). Depois, nos séculos 19 e 20, começaram a chegar os animais da Índia que pertencem às raças zebuínas, como o nelore. São da espécie bos taurus indicus, mais rústicas e resistentes ao calor e que hoje formam 80% do rebanho brasileiro.
Saiba mais sobre as principais raças de gado de corte abaixo:
1 - Nelore. Na Índia, de onde veio, é usado apenas para a produção leiteira. No Brasil, no entanto, ao longo de várias gerações, foi feito um belo trabalho de melhoramento genético e hoje é um excelente produtor de carne. O macho tem cupim atrás do pescoço e a barbela, uma papada que vai até o peito. Com couro de cor clara, essa raça absorve menos a luz do sol, o que a ajudou a se adaptar em regiões de altas temperaturas. Em relação aos bois europeus, o nelore oferece uma carne mais magra, com menos filetes de gordura entre as fibras. Mas consegue desenvolver uma boa capa de gordura sobre a carcaça. Essa gordura ajuda a proteger a carne das baixas temperaturas nas câmaras frigoríficas. É um produto que tem boa aceitação no mercado e, pelo seu bom rendimento industrial e baixo custo, ajudou o Brasil a se tornar um dos maiores exportadores de carne do mundo. (crédito da foto: site da Embrapa).
2 – Hereford. A raça veio de Herefordshire, oeste da Inglaterra. O Hereford se originou de cruzamentos de outras raças nativas da Inglaterra, mas foi a holandesa Groningen que lhe deu a pelagem branca na cabeça e na barriga. O Hereford é mocho, quer dizer, não possui chifres. Tem esqueleto forte, boa massa muscular e também apresenta o marmoreio, aqueles veios de gordura entre as fibras que dão o sabor amanteigado à carne. O primeiro chegou ao Brasil em 1906, adquirido por Laurindo Leal, um pecuarista de Bagé, no Rio Grande do Sul. Hoje, calcula-se que 65% do rebanho está concentrado no Sul. No Centro-Oeste brasileiro, ele vem sendo criado nos cruzamentos com os animais das linhagens zebuínas.
3 – Aberdeen angus. Os condados de Alberdeen e de Angus, no nordeste da Escócia, foram a primeira região de criações das raças que acabaram levando o nome de sua origem, nas primeiras décadas de 1800. Dois séculos depois, esses animais se tornariam famosos no mundo inteiro pela maciez e pela grande quantidade de gordura entremeada entre as fibras de sua carne. No Brasil, o primeiro animal a chegar foi o touro Menelik que veio do Uruguai em 1906, por um criador de Bagé, no Rio Grande do Sul. A produção em maior escala começou nos últimos 10 anos, com o programa de certificação da carne angus. Como são originários de uma região de baixas temperaturas, sua adaptação ao clima e pasto nacionais é relativa e aumenta à medida que são cruzados com o nelore. Há duas variações dos bois da alberdeen angus, o black angus, de pelo preto, e o red angus, avermelhado. Hoje, é uma das raças com maior taxa de crescimento no país.
4 – Charolês. A Borgonha deu ao mundo não apenas vinhos de excelência. Também veio de lá o gado charolês, uma das raças mais apreciadas no mundo. Começou a ser aprimorada no século 18 na comunidade de Charolles, que fica na Borgonha, região central da França. Suas características principais: é um animal de grande porte, pelagem branca ou creme, boa estrutura óssea e excelente rendimento de carcaça. A carne tem bom marmoreio (gordura entre as fibras) o que lhe confere um sabor excelente. Os primeiros touros chegaram ao Brasil antes do angus e do hereford. A criação de fato começou em 1904, quando criadores gaúchos importaram dez animais do Uruguai, onde o charolês era criado há mais tempo.