O MAIOR ACIDENTE NATURAL DA HISTÓRIA DO BRASIL OCORREU NO RIO DE JANEIRO
Uma cruz de 10 metros na subida da Serra das Araras (Piraí-RJ), no local conhecido por Ponte Coberta, marca o início de um enorme cemitério construído pela natureza. Lá estão cerca de 1.400 mortos (fora os mais de 300 corpos resgatados) vítimas de soterramento pelo temporal que atingiu a serra em janeiro de 1967. Foi a maior tragédia natural da história do país.
No episódio da Serra das Araras, suas encostas praticamente se dissolveram em um diâmetro de 30 quilômetros. Rios de lama desceram a serra levando abaixo ônibus, caminhões e carros. A maioria dos veículos jamais foi encontrada. Uma ponte foi carregada pela avalanche. A Via Dutra ficou interditada por mais de três meses, nos dois sentidos.
Para se ter uma idéia do que ocorreu na Serra das Araras basta comparar os índices pluviométricos. A tragédia de Teresópolis ocorreu após um volume de chuvas de 140mm em 24 horas. Na Serra das Araras, em 1967, o volume de chuvas chegou a 275 mm em apenas três horas. Quase o dobro de água em um oitavo do tempo.
Mas o episódio da Serra das Araras parece ter sido apagado da memória do país e, especialmente, da imprensa. O noticiário dos veículos de comunicação enfatiza que a tragédia da Região Serrana do Rio superou o desastre de Caraguatatuba em março de 1967. O caso da Serra das Araras, ocorrido em janeiro daquele mesmo ano, sequer é citado.
O resgate era das tarefas mais difíceis. Com uma corda amarrada a seus corpos, sete homens desciam por crateras cheias de cadáveres, pegavam corpo por corpo e eram puxados para cima. A missão foi dada pela polícia a um grupo de prisioneiros que estava na delegacia de Piraí. Pela ajuda na operação, o grupo ficou conhecido como “os sete homens bons”.
A enxurrada soterrou o ônibus da Viação Única, que precisou ser serrado ao meio para a retirada dos corpos.
Fonte: Descortinandorio o Rio
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