Será elevado a 35% o peso da ferrovia na matriz de transportes em 2035, segundo o cenário do novo PNL
Aconteceu no dia 30/03 a audiência pública em que foi discutido o PNL (Plano Nacional de Logística) 2035, que prevê cenários em que o transporte ferroviário poderá chegar a representar até 35% das cargas transportadas, em volume, no país na próxima década.
A proposta ficará em consulta pública pelos próximos 30 dias, aberta a receber contribuições ao trabalho que a EPL (Empresa de Planejamento e Logística) vem elaborando desde 2017, e promete ser um novo paradigma para o planejamento da infraestrutura de transportes do país.
O minucioso estudo que se utilizou de uma ampla gama de bases de dados públicos, de movimentação de aparelhos telefônicos a dados de notas fiscais, foi elaborado sobre uma nova base conceitual, segundo o presidente da estatal ligada ao Ministério da Infraestrutura, Arthur Pinho de Lima.
Em vez de identificar gargalos a partir das projeções de crescimento de demanda por transportes e propor investimentos, o trabalho apresenta uma série de 16 indicadores gerais que têm que ser cumpridos pelo sistema de logística como um todo. Entre esses indicadores estão alguns da área econômica, outros de
qualidade de transportes, mas também ambientais e sociais.
A partir das projeções de crescimento da demanda, o trabalho indica quais seriam as soluções para se chegar ao melhor conjunto de indicadores, sem necessariamente ser uma obra de ampliação para solucionar um gargalo em um modal de transportes, por exemplo.
Para se chegar a quais efetivamente serão as melhores intervenções e alcançar a qualidade geral do sistema logístico, serão feitos, posteriormente, planos setoriais coordenados para indicar os investimentos ou políticas públicas que trazem os melhores resultados.
O presidente da estatal citou um exemplo específico que são os corredores das rodovias BR-319/AM e BR-364-RO. As vias atendem as capitais dos dois estados e a implantação da Ferrogrão, ferrovia que levaria granéis agrícolas do Mato Grosso ao Pará, tenderia a tirar carga dessas estradas.
Mas, segundo o estudo, foi identificado que haverá crescente demanda por carga conteineirizada por essas duas áreas. No PNL 2035, em vez de identificar que haverá um gargalo na rodovia e propor ação, são mostradas opções que podem desafogar o fluxo de contêineres, como implantação de terminais hidroviários.
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