PECADOS
MORTAIS NA GESTÃO DE PESSOAS.
UM
EXAME DE CONSCIÊNCIA
Acredito que a expressão "exame
de consciência" seja mais conhecida por pessoas que estudaram na
infância ou adolescência em instituições religiosas, de padres, freiras, ou
irmãos maristas, como foi o meu caso.
Para aqueles que não estão muito
familiarizados com esse termo, explico que exame de consciência consiste em
fazer uma cuidadosa e atenta análise e reflexão a respeito dos pecados
"mortais e veniais" que praticamos em determinado período. Esse exame
era obrigatório para a preparação do sacramento da confissão, pois comungar com
pecado se constituía em um sacrilégio. Além disso, éramos alertados que não
adiantava "esquecer" de alguns pecados praticados, pois ELE – DEUS -
na sua onipotência e onipresença, tudo sabia, inclusive os seus pensamentos.
Portanto, não adiantava "mentir para você".
Tendo como referencial essas
lembranças, resolvi preparar um questionário que pode servir de guia para um
"exame de consciência gerencial".
As 11 primeiras questões referem-se aos
"pecados mortais" da Gerência, relacionados à gestão de pessoas. No
artigo do mês de outubro, pretendo relacionar os pecados veniais, aqueles que
não têm a mesma gravidade, e que não nos levam para o "inferno".
O gabarito de respostas obedece ao
seguinte parâmetro:
- Mais de cinco respostas negativas: As
possibilidades de você arder no fogo eterno do inferno são bastante
grandes;
- De 5 até 3 respostas negativas: Você terá que
permanecer no purgatório para se redimir de alguns graves pecados.
- Apenas 2 respostas negativas: Você está
premiado com felicidade gerencial eterna.
Recomendamos, enfaticamente, que suas
respostas retratem seu comportamento real (e não o ideal), pois ninguém terá
acesso a esse exame de consciência gerencial.
1-
Você está absolutamente convicto e seguro de que todos os seus colaboradores
sabem exatamente o que você espera deles em termos de resultados? Já perguntou
isso a eles?
2- Esses
resultados são mensuráveis, em termos de um dos seguintes fatores: custo,
tempo, quantidade ou qualidade? Lembre-se que tudo que não pode ser medido, não
pode ser melhorado nem mesmo cobrado.
3- Você
tem o hábito de dialogar com seus colaboradores a respeito de questões
relacionadas à motivação, vontade, garra e disposição (deles) para o trabalho?
Você é capaz de dizer o que cada um dos seus colaboradores "mais
gosta" de realizar?
4-
O salário que a empresa paga a seus colaboradores tem retorno comprovado? Isto
é, eles contribuem com um trabalho cujo retorno tem valor maior do que recebem
mensalmente?
5- Você
pode comprovar essa sua afirmação? Você costuma tirar férias regulamente? Você
tem um substituto que responde por você em sua ausência? Se você for promovido,
sabe quem indicará para o seu lugar?
6- Nos
últimos 30 dias você recebeu de seus colaboradores alguma sugestão ou
comentário a respeito de melhores formas de alcançar os resultados da sua
Gerência?
7-
Você convive confortavelmente com opiniões e sentimentos diferentes dos seus?
8-
Você sabe exatamente qual foi a última vez que concordou com uma idéia ou
sugestão de seus colaboradores; reconhecendo a contribuição deles como sendo
melhor e mais apropriada que a sua própria idéia?
9-
Você costuma observar com toda a atenção a postura/comportamento (tensão ou
descontração) das pessoas que fazem parte do seu ambiente de trabalho?
10-
Nos últimos quinze dias você teve oportunidade de constatar que algum de seus
colaboradores realizou uma atividade com excelentes resultados para a empresa,
elogiando-o por isso?
11- Você
realmente está feliz/satisfeito com as pessoas que trabalham com você?
Por favor, calcule agora o total de respostas negativas, comparando-o com o gabarito no início do texto.
Utilize as respostas negativas como um
primeiro passo para melhorar sua atuação como Gestor de Pessoas.
Se quiser ir mais a fundo, escolha um
de seus subordinados e responda com ele as 11 perguntas (consenso). Nesse caso
você terá uma "foto" mais realista de sua atuação como Gestor de
Pessoas.
Material retirado do Pocket MBA
Executivo e Gestor Séc. XXI
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