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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

A logística do futuro: conheça 8 tendências

 Como em qualquer área da atualidade, a logística também vem passando por inovações, muitas dessas mudanças são consequências diretas da transformação digital e da recessão econômica vivida no mundo todo.

Hoje podemos dizer que o processo logístico é cada vez mais estratégico.

Conheça agora as 8 tendências que prometem mudar a ideia que temos hoje de logística.

1. 4PL

O 4PL (Fourth-party Logistics, ou Quarteirização Logística) é uma abreviatura usada para definir o papel de uma empresa dentro de uma cadeia de suprimentos — podemos definir isso como um sistema que atua no transporte de produtos e serviços de fornecedores para clientes. Ela faz parte de um grupo contendo outras siglas, usadas para identificar cada participante, sendo elas:

  • 1PL: fornecedor;
  • 2PL: comprador;
  • 3PL: operador logístico terceirizado;
  • 4PL: gestor da cadeia de abastecimento.

Normalmente, aqui no Brasil, os serviços logísticos são feitos por meio de empresas terceirizadas, o que quer dizer que são realizados pelos 3PLs. No entanto, pode haver uma certa confusão com os serviços prestados por 4PLs, já que, em alguns casos, eles também podem ser terceirizados.

O diferencial dos 4PLs

Vale destacar que, enquanto os 3PLs realizam trabalhos voltados para operações específicas, os 4PLs realizam uma gestão mais abrangente, relacionadas aos processos de uma gestão da cadeia de suprimentos — e não apenas de armazenagem e distribuição, como no caso do trabalho terceirizado.

O objetivo é evoluir as relações comerciais entre empresas e seus parceiros de negócio, integrando-os em uma cadeia de suprimentos. Por meio da gestão 4PL, essa integração se torna mais eficaz, melhorando diversos aspectos da gestão, principalmente potencializando o alcance dos resultados.

Assim, todos passam a competir no mercado como um grupo, tornando-se mais forte e aumentando a vantagem competitiva — em vez de cada empresa buscando seus objetivos isoladamente. Isso promove mais força para os negócios e contribui para a manutenção da economia no nível macro.

2. Entrega por drones

A Amazon idealizou um modelo de delivery por drones e as entregas seriam feitas por meio desses dispositivos, ajudando a reduzir os custos de transporte e o tempo necessário para que os produtos chegarem até seus clientes. A ideia é sensacional, não é mesmo? Se você não conhece esses equipamentos, saiba que eles são uma espécie de “objeto voador” e são usados, inclusive, por muitos exércitos.

Algumas empresas já utilizam esses objetos para outros fins, principalmente na produção de fotos e materiais audiovisuais. Outras optaram por adotar esse modelo de entrega, como algumas pizzarias, por exemplo. No entanto, vale ressaltar que a utilização dos drones para entregas em larga escala ainda enfrenta alguns desafios.

Os desafios desse modelo

O principal deles é o tempo total de autonomia no ar, já que se consegue cobrir, em média, um raio de 16 km de distância entre o ponto de origem e o de destino. Além disso, existe a restrição de tamanho e peso, a adaptação dos dispositivos para acondicionar e transportar as cargas em segurança, as autorizações necessárias para utilização do espaço aéreo e outras regulamentações.

Contudo, apesar dos empecilhos atuais que precisam ser contornados, a execução dessa modalidade de entrega pode ajudar a tornar as operações mais eficientes, diminuindo os custos e os prazos de entrega, além da possibilidade de aumentar a satisfação dos clientes com os serviços prestados.

3. Internet das Coisas

A Internet das Coisas (Internet of Things ou, simplesmente, IoT) é uma evolução tecnológica que tem como objetivo conectar os mais variados dispositivos eletrônicos que são usados rotineiramente. A ideia dela é como a de um “teletransporte”. A conexão entre esses dispositivos permite maior mobilidade. Bem futurístico, não é?

Com isso, seria possível abrir e trancar portas, controlar eletrodomésticos, meios de transporte e máquinas industriais, por exemplo, utilizando o smartphone e alguma tecnologia que possibilite essa integração, sendo a mais comum o RFID — do inglês “Radio-Frequency IDentification” —, que usa frequências de rádio para identificar os dispositivos.

A IoT na logística

No que diz respeito às mudanças nas operações logísticas, a Internet das Coisas pode tornar o chão de fábrica mais conectado, permitindo monitorar em tempo real os processos industriais. Ela também é um grande aliado no apoio ao processo na estrada, permitindo maior interação entre a matriz e seus caminhoneiros, e vice-versa.

Além disso, ela facilitaria o controle das etapas logísticas, simplificando o acesso aos status das mercadorias (desde os fornecedores até a entrega). Com isso, a identificação de possíveis falhas seria muito mais eficaz e possibilitaria criar soluções para os problemas, antes mesmo que eles ocorressem.

4. Veículos autônomos

Os veículos autônomos são os famosos “carros sem motorista” que podemos ver em algumas notícias. A ideia é integrar diversos recursos tecnológicos que ajudam a controlar o veículo, ao mesmo tempo em que se identifica as características do ambiente e processa as informações para determinar a melhor ação de acordo com o momento.

Dessa maneira, seria possível realizar percursos da mesma forma como um condutor humano faria. Com isso, caso as empresas desenvolvessem essa expertise, seria possível utilizar esses veículos sem a necessidade de ter um motorista disponível. Além disso, essa opção poderia proporcionar uma redução de custos considerável, caso seja viabilizada.

5. Entrega antecipada

Mais uma vez, a Amazon entra como idealizadora de uma nova forma de entregar produtos aos clientes. A ideia, nesse caso, é que o produto já saia do estoque antes mesmo de o consumidor efetuar a compra. Não, isso não é mágica, mas sim o resultado do avanço tecnológico e do estudo em relação aos dados dos consumidores. Com a Internet e as ferramentas adequadas para esse tipo de análise, é possível prever o padrão de consumo dos clientes.

Nesse caso, a empresa precisaria ter o controle do histórico das compras anteriores e das pesquisas realizadas, buscando atender a necessidade do cliente para aquele momento. Se essa estratégia for bem implementada pelo negócio, ela pode tornar a análise preditiva ainda mais eficaz, além da possibilidade de encantar os clientes e conseguir fidelizá-los — isso contribui, também, para atrair novos consumidores graças à propaganda positiva que essa operação pode gerar.

6. Impressão em 3D

Muito se tem falado sobre as impressoras 3D e em como elas podem imprimir modelos tridimensionais com a aparência e funcionalidade semelhantes às dos produtos originais. Por meio delas, é possível descentralizar a produção de materiais e aumentar a capacidade de customização, já que ela elimina a necessidade de produção em larga escala de produtos padronizados.

Com isso, os itens poderiam ser produzidos localmente, fazendo com que não seja mais necessário despachar os pedidos por longas distâncias — substituindo essa rotina por trajetos menores, dos centros até o cliente final. Além disso, as empresas poderiam eliminar a necessidade de manter altos estoques, já que a produção seria baseada na demanda, fazendo com que os produtos disponíveis sejam usados apenas como modelos.

7. Sustentabilidade

Um dos temas mais debatidos atualmente é a sustentabilidade e como as empresas podem crescer de forma sustentável. No senso comum, é natural encontrar o compartilhamento de ideais que acreditam que esse conceito está ligado somente ao de preservação ambiental. No entanto, a sustentabilidade tem a ver com todas as interfaces que um negócio tem e que são impactadas com seu desenvolvimento.

Além de desenvolver estratégias para reduzir a emissão de gases poluentes que contribuem para a aceleração do efeito estufa, as empresas precisam, também, estar atentas às questões sociais. Toda operação impacta o meio no qual ela atua. Por isso, investir em projetos de cunho sustentável é uma forma de desenvolvimento saudável de negócio.

Para ficar mais claro, a sustentabilidade é alicerçada em três pilares: social, econômico e ambiental. Sendo assim, ações que visam a otimização dos recursos desses pontos, reduzindo o impacto negativo e construindo um cenário que garanta um ambiente melhor para as novas gerações, são diretrizes de empresas sustentáveis.

8. Economia colaborativa

A economia colaborativa é um tipo de decisão pautada nos pilares da sustentabilidade. Talvez, você já possa ter ouvido esse termo e não ter compreendido muito bem o seu propósito, não é mesmo? Ela atua por meio da sinergia entre interfaces em um processo e suas etapas. Pode ser feita por meio da troca de produtos, doação, aluguel, empréstimo ou outra forma de relação semelhante.

Um exemplo disso é o caso de marketplaces para logística. Podemos dizer que eles funcionam como um sistema de simbiose, em que embarcadores, transportadores e caminhoneiros veem seu crescimento, com suas respectivas expectativas atendidas por meio da colaboração entre os negócios. Esse modelo se configura como uma proposta de economia colaborativa, uma vez que compartilha os processos de cada interface como se fosse um só organismo.

Essa sinergia entre transportadoras/empresas e caminhoneiros traz benefícios para ambos os lados. Tudo isso é proporcionado pelo uso da tecnologia de machine learning e big data, que permite que caminhoneiros possam reduzir a ociosidade com o uso da volta do frete, por exemplo, e que embarcadores e transportadores tenham mais oportunidades de carregamento, podendo expandir suas operações.

Algumas dessas ideias podem parecer apenas conceitos futuristas, pela necessidade que têm de adaptações, adequação da legislação para cada região, identificação de possíveis falhas, entre outros ajustes. No entanto, algumas já são realidades, como o marketplace logístico. Quando bem planejadas e executadas, essas tendências em logística podem se tornar excelentes aliadas




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