Aureliano foi um dos mais importantes imperadores romanos do século III, que conseguiu restaurar a unidade e a estabilidade do império após uma grave crise. Ele nasceu em 214 d.C., possivelmente na Sérdica ou em Sirmio, na província da Ilíria. Era filho de um camponês e uma liberta, que supostamente era sacerdotisa de Sol Invicto, uma divindade solar que Aureliano viria a promover como a principal do império. Ele iniciou sua carreira militar sob o imperador Galiano, e se destacou por sua bravura e competência. Após a morte de Cláudio Gótico, em 270 d.C., ele foi aclamado imperador pelas tropas na Panônia, e teve que enfrentar a oposição de Quintilo, irmão de Cláudio, que havia sido proclamado imperador em Roma. Aureliano marchou rapidamente para a Itália, e Quintilo se suicidou após perder o apoio do senado.
Aureliano herdou um império fragmentado e ameaçado por inimigos internos e externos. No Oriente, a rainha Zenóbia, de Palmira, havia se rebelado contra Roma e criado um império que abrangia a Síria, o Egito e a Ásia Menor. No Ocidente, o general Tétrico I, da Gália, havia feito o mesmo, e fundado o Império das Gálias, que incluía a Britânia e a Hispânia. Além disso, as fronteiras do império eram constantemente invadidas por povos bárbaros, como os godos, os alamanos, os vândalos e os sármatas. Aureliano enfrentou todos esses desafios com determinação e energia, e realizou uma série de campanhas militares vitoriosas que lhe valeram o apelido de “Restituidor do Mundo”.
Em 271 d.C., Aureliano derrotou os alamanos na Itália, e iniciou a construção das muralhas que levam seu nome, para reforçar a defesa de Roma. Em seguida, ele se voltou para o Danúbio, onde venceu os jutungos, os vândalos, os sármatas e os carpos, e abandonou a província da Dácia, que era insustentável de manter. Em 272 d.C., ele marchou para o Oriente, onde derrotou Zenóbia e seu filho Vabalato, e reconquistou o Império de Palmira. Ele capturou Zenóbia e a levou como prisioneira para Roma, onde ela desfilou no seu triunfo. Ele também destruiu a cidade de Palmira, que se revoltou novamente após sua partida. Em 274 d.C., ele voltou para o Ocidente, onde derrotou Tétrico I e seu filho Tétrico II, e reintegrou o Império das Gálias ao Império Romano. Ele também celebrou outro triunfo em Roma, no qual exibiu os troféus e os cativos de suas vitórias.
Aureliano não se limitou a restaurar o império pela força das armas, mas também realizou importantes reformas administrativas, econômicas e religiosas. Ele reorganizou o governo central, fortalecendo o poder do imperador e reduzindo a influência do senado. Ele reformou o sistema monetário, criando uma nova moeda de prata, o áureo, que tinha um valor fixo e era garantida pelo tesouro imperial. Ele também tentou unificar o império sob um culto comum, o de Sol Invicto, que era uma divindade de origem oriental, identificada com o deus Mitra, que era muito popular entre os soldados. Ele construiu um templo para Sol Invicto em Roma, e estabeleceu o dia 25 de dezembro como sua festa, que mais tarde seria adotada pelos cristãos como o Natal.
Aureliano morreu em 275 d.C., assassinado por alguns oficiais que temiam sua severidade. Ele foi sucedido por Tácito, que foi escolhido pelo senado. Aureliano foi um dos mais bem-sucedidos imperadores romanos, que conseguiu reverter a decadência do império e preparar o caminho para a sua recuperação no século IV. Ele foi reconhecido como um grande líder militar, um reformador sábio e um governante enérgico. Ele foi admirado por seus contemporâneos e por historiadores posteriores, que o consideraram um dos “imperadores ilíricos”, uma série de generais originários da Ilíria que se tornaram imperadores e salvaram o império da crise.
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