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quarta-feira, 2 de março de 2022

José Francisco Lacerda, o soldado que matou o ditador paraguaio Solano López

 

"Na manhã de 1° de março de 1870, estava o Marechal Francisco Solano López, ditador do Paraguai, acampado em Cêrro-Corá, com os últimos restos do seu exército. Eram cerca de quatrocentos homens, combalidos, mal trajados, famintos e quase inermes. Estavam todos à vontade, sem sequer suspeitarem que as forças brasileiras andavam perto, iniciando a Batalha de Cerro Cora.


Os paraguaios já estavam em desordem. Enquanto uns eram mortos e outros 

aprisionados, os restantes procuravam fugir. Alguns ginetes, provavelmente seis, tendo à frente o Cabo José Francisco Lacerda, vulgo Chico-Diabo, ordenança do Cel. Silva Tavares, conseguiram cercar Solano López, que fugia a cavalo, acompanhado do Cap. Francisco Arguello e do Alferes Chamorro, ambos paraguaios. 


Os brasileiros intimaram López a render-se. Chico-Diabo e um soldado aproximaram-se do ditador, para prendê-lo. López, com a espada desembainhada, tentou ferir o Chico-Diabo; mas este, desviando-se, desfechou-lhe um golpe de lança, que o atingiu em cheio no hipogastro esquerdo, produzindo ferimento com uma e meia polegada de extensão, dirigido obliquamente, de baixo para cima, e interessando a pele, o peritônio, os intestinos e a bexiga.


Nascido em Camaquã, em 1848, aos 17 anos de idade José Francisco Lacerda  foi convidado pelo coronel Joca Tavares para integrar o contingente dos “Voluntários da Pátria” do Rio Grande do Sul que lutariam na Guerra do Paraguai.


Chico Diabo ficou com uma faca de ouro e prata de Solano López. Por coincidência, a arma tinha as mesmas iniciais do seu nome: FL. Como recompensa, recebeu cabeças de gado e teve seu nome popularizado com a quadrinha “o cabo Chico Diabo, do diabo Chico deu cabo”.


Segundo o que a história conta, o golpe foi aparentemente fatal, embora, na seqüência, o soldado gaúcho João Soares, tenha alvejado López com um tiro de revólver.


Chico faleceu em 1893 no Uruguai. Anos depois seus restos mortais foram recolhidos pela família no país vizinho e novamente enterrados no Cemitério da Guarda, em Bagé. O jazigo recebe cuidados até hoje e representa uma grande atração turística da cidade. 




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