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domingo, 19 de junho de 2022

A influência do Visconde do Rio Branco na História do Brasil

 


José Maria da Silva Paranhos, o Visconde do Rio Branco (1819-1880) foi um dos mais importantes políticos do Segundo Reinado do Império do Brasil e líder do Partido Conservador.


De acordo com a historiadora Lidia Besouchet, o apogeu da carreira política de Rio Branco, como chefe do Partido Conservador, foi o acordo de Paz com o Paraguai e a aprovação da Lei do Ventre Livre em 1871: " naquele momento "ninguém no Brasil tinha mais popularidade que Rio Branco" 


Ao contrário do comum dos políticos de sua época, em geral formados em Direito, José Maria da Silva Paranhos diplomou-se em ciências matemáticas na Real Academia Militar, tornando-se professor da então recém-organizada Escola Central, que consumava, naquele estabelecimento de ensino superior, a separação entre a formação militar e o curso de engenharia.


Começou a carreira política em 1845, aos 26 anos de idade, como deputado à Assembleia Provincial do Rio de Janeiro. Dois anos depois elegeu-se para a Câmara dos Deputados, reelegendo-se em sucessivas legislaturas. Foi presidente da Província do Rio de Janeiro. Desde os anos 1850 exerceu vários cargos diplomáticos relacionados à Bacia do Prata. Graças à familiaridade adquirida com personalidades e problemas da região, terminada a Guerra do Paraguai, coube-lhe a incumbência de organizar o novo governo que, em conformidade com o desejo expresso do Brasil, assegurasse a independência do país, preservando, ao mesmo tempo, a convivência pacífica com os vizinhos.


Ocupou ainda as pastas da Marinha, dos Negócios Estrangeiros, da Guerra e da Fazenda. Em 1862, passou a integrar o Senado. Tornara-se uma das figuras mais proeminentes do Partido Conservador.


A Lei do Ventre Livre, aprovada por seu gabinete em 1871 reduzira substancialmente o contingente de escravos no país, redução essa que, se estimou, seria da ordem de 1,6 milhão de cativos. Na altura em que foi decretada, os escravos eram estimados como equivalendo a entre 3,5 milhões e 4 milhões.


Na área da educação apresentou projeto reestruturando o ensino elementar e introduzindo o Ensino Médio que funcionaria como alternativa ao tradicional secundário de orientação estritamente acadêmica.


Em 1874, conseguiu a total desvinculação da Escola Central do setor militar, reformulou-a e esta passou a chamar-se Escola Politécnica, e tornou-se um dos principais centros de engenharia do país. Após várias mudanças de nome, orientação e sede ela constitui, hoje, a Escola de Engenharia da UFRJ.


De igual relevância são as providências concomitantes no terreno da imigração, em especial de norte americanos e italianos a São Paulo. Na biografia que lhe dedicou o Visconde de Taunay, afirma-se: “A introdução de colonos europeus também muito prendeu a atenção do estadista. Numerosos foram os atos fomentadores da imigração, para diferentes partes do Império, e vários contratos com aliciadores de imigrantes, num total de muitas dezenas de milhares de pessoas. Par e passo se legislara sobre terras devolutas, tendo-se em vista a localização dos novos habitantes do País".


Ainda no plano da modernização econômica do país o Gabinete deu continuidade à política de estímulos à construção de ferrovias. Além da expansão da Estrada de Ferro D. Pedro II, destinada a atender ao Vale do Paraíba, devendo ligar-se a Minas Gerais, decretou-se a criação da Rede Ferroviária do Rio Grande do Sul. 


O Barão de Mauá, que se notabilizara pelo espírito empreendedor, foi autorizado a construir e explorar um cabo telegráfico submarino entre o Brasil e Portugal, de que se esperava viessem a ser agilizadas as comunicações com a Europa. Nessa mesma linha, o Gabinete liderado por Paranhos conseguiu impor a abolição do sistema de pesos e medidas português, estopim da Revolta dos Quebra Quilos


Sendo o Visconde do Rio Branco Grão Mestre Maçom, acabou seu Gabinete entrando em conflito com os Bispos de Olinda e do Pará que tentaram promulgar a bula Papal condenando a Maçonaria. Em 1873, Dom Vital mandou fechar em Pernambuco todas as irmandades religiosas que mantinham relações com membros da maçonaria.


Em resposta, o Visconde do Rio Branco mandou prender o bispo e o condenou a quatro anos de prisão. A impopularidade do ato acabou com a queda do Gabinete, manchando sua biografia 


No século XIX a Maçonaria serviu sobretudo para promover o governo representativo e a ideia liberal. Naquele período, era de praxe que o título de grão-mestre fosse atribuído a personalidades que se destacaram nesse mister que, naturalmente, tivessem simultaneamente afinidade com a instituição.


O Visconde do Rio Branco faleceu em 1880, aos 61 anos de idade. Fonte: Visconde do Rio Branco e a modernização do Brasil. Antônio Paim.



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