Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) é amplamente considerado um dos maiores poetas brasileiros e uma figura central na literatura do Brasil no século XX. Sua obra abrange poesia, prosa e crônica, refletindo tanto sua habilidade técnica quanto uma profunda sensibilidade social e existencial.
Vida
Nascimento e Juventude
Carlos Drummond de Andrade nasceu em 31 de outubro de 1902 em Itabira, uma pequena cidade no estado de Minas Gerais. Vindo de uma família de fazendeiros, Drummond viveu uma infância provinciana, cujas memórias influenciaram muitos de seus poemas.
Educação
Estudou no Colégio Arnaldo, em Belo Horizonte, e no Colégio Anchieta, em Nova Friburgo, Rio de Janeiro. Em 1925, formou-se em Farmácia pela Escola de Odontologia e Farmácia de Belo Horizonte, embora nunca tenha exercido a profissão.
Carreira
Drummond iniciou sua carreira como jornalista, trabalhando em vários jornais e revistas. Ele foi um dos fundadores da revista "A Revista" em Belo Horizonte, em 1925, que se tornou um ponto de encontro para escritores modernistas.
Vida Pessoal
Casou-se com Dolores Dutra de Morais em 1925, com quem teve dois filhos, Carlos Flávio e Maria Julieta. Drummond viveu a maior parte de sua vida no Rio de Janeiro, onde também faleceu em 17 de agosto de 1987, apenas 12 dias após a morte de sua filha, Maria Julieta.
Obra
Poesia
Drummond é conhecido principalmente por sua poesia, que evoluiu significativamente ao longo das décadas. Ele começou como um modernista, mas seu trabalho posterior abrange uma vasta gama de estilos e temas.
- Alguma Poesia" (1930): Seu primeiro livro, influenciado pelo modernismo, cheio de ironia e linguagem coloquial.
- "Brejo das Almas" (1934): Continua a exploração modernista com uma linguagem mais madura.
- "Sentimento do Mundo" (1940): Marcado pela Segunda Guerra Mundial, com uma perspectiva mais melancólica e universal.
- "José" (1942) e "A Rosa do Povo" (1945): Refletem a preocupação com os problemas sociais e políticos.
- "Claro Enigma" (1951): Mostra uma virada para a introspecção e a busca por respostas filosóficas.
Prosa e Crônica
Além de poeta, Drummond foi um prolífico cronista e contista. Suas crônicas, publicadas em jornais e revistas, são famosas por seu humor sutil e observações perspicazes sobre a vida cotidiana.
- "Contos de Aprendiz" (1951): Coletânea de contos que refletem sua habilidade em prosa.
- Crônicas: Publicou várias coleções de crônicas, incluindo "Fala, Amendoeira" (1957) e "Cadeira de Balanço" (1966).
Estilo e Temas
Estilo
Drummond é conhecido por seu estilo direto, linguagem coloquial e uma habilidade inata para misturar o lírico com o irônico. Sua poesia frequentemente explora o paradoxo entre o individual e o coletivo, o pessoal e o universal.
Temas
Seus temas variam amplamente, incluindo a solidão, a injustiça social, o amor, a morte, a memória e a existência humana. Drummond é muitas vezes visto como um poeta da modernidade, abordando as contradições e angústias do homem moderno.
Legado
Drummond deixou um legado duradouro na literatura brasileira e mundial. Sua capacidade de capturar a essência da experiência humana e transformar o cotidiano em arte fez dele uma figura central na poesia do século XX. Suas obras continuam a ser estudadas e admiradas por sua profundidade, beleza e relevância atemporal.
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