Nínive, uma das cidades mais antigas e populosas da antiga Assíria, foi uma metrópole de grande importância na Mesopotâmia. Localizada na margem leste do rio Tigre, em frente à moderna cidade de Mosul, no Iraque, Nínive se desenvolveu extraordinariamente sob os reinados dos reis assírios Senaqueribe e Assurbanípal no século VII a.C.
Glória de Nínive
Senaqueribe (704–681 a.C.): Sob seu reinado, Nínive foi transformada em uma das maiores cidades do mundo antigo, com um sistema avançado de aquedutos, jardins, palácios e templos. Ele construiu um imenso palácio, conhecido como o "Palácio sem Rival", decorado com relevos detalhados que narravam suas campanhas militares e feitos.
- Assurbanípal (668–627 a.C.): O neto de Senaqueribe, Assurbanípal, é famoso por ter criado uma das primeiras bibliotecas do mundo, a Biblioteca de Nínive. Esta coleção monumental de tábuas de argila, escrita em escrita cuneiforme, continha textos literários, científicos e administrativos, incluindo a épica de Gilgamesh.
A Queda de Nínive
Nínive prosperou até ser capturada e destruída em 612 a.C. por uma coalizão formada por Nabopolassar da Babilônia, os citas e os medos. A cidade foi queimada e seus grandes edifícios e muralhas caíram em ruínas, marcando o fim do Império Assírio.
Descobertas Arqueológicas.
Entre 1845 e 1851, as escavações lideradas por Austen Henry Layard revelaram os restos de Nínive, trazendo à luz seus palácios, uma grande muralha que cercava a cidade, várias portas monumentais e a famosa Biblioteca de Assurbanípal. Estas descobertas forneceram um vislumbre crucial da vida, religião, arte e governança da antiga Assíria.
Atualmente, o sítio arqueológico de Nínive se encontra ameaçado tanto por conflitos regionais quanto por atividades humanas, como a expansão urbana de Mosul. A destruição causada pelo Estado Islâmico, que danificou partes significativas do local, representa uma perda irreparável para o patrimônio histórico global. No entanto, esforços contínuos de arqueólogos e historiadores visam preservar o que resta deste testemunho da antiga civilização assíria.
Nínive, portanto, permanece como um símbolo da ascensão e queda das grandes civilizações, mostrando tanto a grandiosidade da história humana quanto a fragilidade de seu legado.
Fontes:
"Nineveh and Its Remains"
Autor: Austen Henry Layard
Resumo: Este é um dos textos mais fundamentais sobre as escavações iniciais em Nínive. Layard, que liderou as primeiras escavações no local, detalha suas descobertas e a significância histórica da cidade.
"The Buried Book: The Loss and Rediscovery of the Great Epic of Gilgamesh"
Autor: David Damrosch
Resumo: Este livro aborda a redescoberta da Biblioteca de Assurbanípal em Nínive, onde foi encontrado o Épico de Gilgamesh, oferecendo uma visão aprofundada sobre como as escavações em Nínive influenciaram o entendimento moderno da literatura antiga.
"Nineveh: The Great City"
Autores: John Malcolm Russell e Paul Bedoukian
Resumo: Russell, um renomado especialista em arte e arqueologia assíria, discute as grandes construções de Nínive, incluindo seus palácios e relíquias arquitetônicas, e como elas refletiam o poder dos reis assírios.
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