São Paulo - Abril, o mês prometido para o início das obras do estádio do Corinthians, chegou, mas o clube ainda não conseguiu as autorizações necessárias para iniciar a construção. Várias secretarias da Prefeitura de São Paulo estão debruçadas sobre o projeto - definido internamente como "muito bem feito" -, mas o aval ainda não foi dado.
Existe uma preferência, ainda que velada, de autoridades do governo e da FIFA para que a abertura da Copa de 2014 seja no estádio do Corinthians, a ser construído no bairro de Itaquera. Por isso, a FIFA vai esperar até a última hora para anunciar a cidade que receberá a primeira partida do Mundial - e também eventos importantes como o Congresso da entidade.
Nesta terça-feira, o ministro do Esporte, Orlando Silva, repetiu pela enésima vez que confia na garantia dada à presidente Dilma Rousseff pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, de que o estádio em Itaquera será concluído em tempo hábil para a Copa.
Com o prazo se esgotando, a expectativa é de que o projeto corintiano seja aprovado nos próximos dias. O aval da Prefeitura, porém, não bastará para garantir o início das obras. Antes, vai ser preciso o clube se entender com o Ministério Público. A promotoria de Habitação e Urbanismo tenta impedir as obras, baseada no descumprimento, pelo Corinthians, de sua parte no acordo com a Prefeitura que lhe garantiu a concessão do terreno.
A área de 200 mil metros quadrados em Itaquera foi destinada ao clube em 1988 mediante compromisso da construção de um estádio em cinco anos. Como isso não ocorreu, o MP pediu a devolução do terreno. Agora, pode rever a posição. Desde que o clube assine com TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com o órgão.
"Pelo que sei, o projeto (do estádio) está seguindo trâmites administrativos. Depois de aprovado, um eventual acordo com o MP vai depender do que o Corinthians oferecer de contrapartida", disse o promotor José Carlos de Freitas. "Temos de ver que benefícios reais que a população da região vai ter."
Ainda assim, o MP só vai dar o aval após ser esclarecido sobre a questão dos dutos que passam no subsolo no terreno. "Antes de aprovar qualquer coisa, quero ouvir a Petrobrás sobre que esses dutos. Que risco existe (na remoção). Não decidirei nada sem falar com eles", garantiu o promotor.
A Transpetro, subsidiária da Petrobrás, informou por meio de nota que vem trabalhando com a Prefeitura e o governo do Estado para "viabilizar o remanejamento dos dutos em tempo hábil para as obras". Diz também que não há definições quanto ao custo. O presidente do Corinthians, Andrés Sanches, afirmou que serão gastos R$ 2,2 milhões na operação, a serem pagos pela Construtora Odebrecht.
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