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sábado, 17 de maio de 2025

O Rato do Jantar: A Realidade Crua de Milhões de Famílias Brasileiras

Em um beco estreito e esquecido de uma favela no interior do Nordeste, vive a família Silva: João, Maria e seus três filhos — Lucas, Tiago e a pequena Ana. Eles não estão em uma série de ficção, nem em um filme de denúncia social. Estão aqui, no Brasil real. No Brasil invisível.

João é pedreiro, mas está desempregado há mais de um ano. Todos os dias caminha quilômetros à procura de um “bico” qualquer. Maria, sua esposa, lava roupas para vizinhos em troca de comida. Quando não há o que comer, há o que resistir.

Naquela tarde abafada, Lucas — o filho mais velho, de apenas 10 anos — voltou para casa com um rato morto nas mãos. Não era um ato de brincadeira, nem de choque. Era um ato de desespero. Um ato de sobrevivência.

“Vai dar pra fazer um cozido com farinha”, disse Maria, tentando esconder a angústia com um sorriso. Tiago segurava uma panela velha, herança da avó. Ana, a mais nova, apenas observava em silêncio.

A imagem é chocante. Mas é real. E mais comum do que se imagina.

Apesar da redução significativa da fome extrema nos últimos anos, milhões de brasileiros ainda enfrentam a insegurança alimentar diariamente. Segundo o relatório SOFI 2024 (Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo), o número de pessoas em situação de insegurança alimentar severa no Brasil caiu de 17,2 milhões em 2022 para 2,5 milhões em 2023 — uma conquista importante, mas que ainda não tirou o Brasil do Mapa da Fome da ONU. Atualmente, 3,9% da população brasileira segue subnutrida, ultrapassando o limite de 2,5% definido pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

Fonte:

Essa não é apenas a história da família Silva. É o retrato de um Brasil profundo, que ainda luta todos os dias por dignidade — enquanto muitos, nos grandes centros e nas tribunas políticas, fingem não ver.

"Ninguém escolhe viver assim", diz João. "A gente só quer dignidade."

É hora de olhar para o que muitos escondem. Porque por trás de cada panela vazia, existe um grito de socorro. E esse grito precisa ecoar.





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