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domingo, 18 de maio de 2025

Trup Zup: O Profeta dos Sertões Psicodélicos


Em um sertão onde o real e o místico se misturam como poeira no vento, nasce a lenda de Trup Zup, um andarilho visionário com o dom de ouvir o tempo e decifrar os sussurros do invisível. Em uma jornada entre a loucura e a lucidez, ele enfrentará coronéis, espíritos e o próprio destino para revelar uma verdade que pode mudar o mundo. Um épico nordestino alucinado, entre o cordel e a ficção científica.


A ORIGEM DO MITO

Trup Zup nasceu em 1969, numa noite de eclipse total, no povoado de Cacimba do Vento. Dizem que sua mãe foi tocada por um raio que caiu direto na barriga enquanto cantava uma cantiga antiga para a lua. O menino veio ao mundo com os olhos virados e uma língua que parecia falar palavras de outra era.

Desde pequeno, tinha visões. Falava com mortos, previa a seca e ouvia vozes que lhe ensinavam sobre “os ciclos do tempo”, como ele mesmo dizia. A vila o temia, mas também o respeitava.

Aos 13 anos, fugiu de casa. Dizem que seguiu uma luz azulada que pairava no céu, e desapareceu no meio da caatinga.


A JORNADA

Anos depois, ele voltou. Vestia um manto de retalhos coloridos, andava com um cajado feito de mandacaru e carregava um rádio de pilha antigo que, segundo ele, sintonizava frequências do “tempo que ainda vai ser”.

Autodenominava-se Trup Zup, o Despertador do Silêncio, e pregava uma profecia esquecida: o fim do mundo viria não com fogo, mas com esquecimento. E só quem soubesse escutar o canto das pedras e o choro das árvores sobreviveria.

A partir daí, passou a vagar de vila em vila, fazendo “despertamentos” — rituais onde misturava poesia, cantoria, ervas alucinógenas e orações que ninguém sabia se eram rezas ou encantamentos. Curava uns, enlouquecia outros.


O CONFLITO

O coronel Serapião Vale Verde, latifundiário e dono de metade do sertão, sentiu-se ameaçado. As palavras de Trup Zup acendiam o povo. Gente que antes se calava agora fazia perguntas. Começava a se falar de um “novo tempo”.

O coronel contratou Jagunços da Morte para acabar com o profeta. Mas Trup Zup, sempre um passo à frente, desaparecia antes que chegassem.

Foi então que descobriu-se a verdade por trás de sua visão: Trup Zup havia encontrado uma antiga pedra no meio do sertão — um artefato pré-histórico que, segundo lendas, era uma “antena cósmica” deixada por seres do céu. Era ali que ele ouvia as vozes, era dali que vinha o dom.


O CLÍMAX

O confronto final acontece no alto da Serra do Silêncio, onde Trup Zup decide fazer seu último Despertamento. Gente de todo canto do Brasil aparece. O coronel vai com seu exército de jagunços. Mas algo extraordinário acontece: o céu se abre, uma chuva de luz desce sobre a multidão, e Trup Zup canta uma última cantiga — uma mistura de repente, mantra e oração.

O tempo parece parar. Alguns dizem que ele foi levado pela luz. Outros juram que ele entrou na terra, sumiu feito fumaça. Mas uma coisa é certa: depois daquele dia, o sertão nunca mais foi o mesmo.


EPÍLOGO

Hoje, em feiras e beiras de estrada, ainda se ouve falar dele. Tem gente que diz ter visto Trup Zup em sonhos, em delírios, ou andando na beira da BR com seu rádio antigo tocando uma canção que nunca se ouviu antes.

E toda vez que a lua fica cheia em noite de seca, o povo se cala e escuta... vai que é Trup Zup mandando recado do outro lado do tempo.




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